Palavra de especialista
Arroz branco: a bola da vez? Publicado: 20 Outubro 2010 | Última Atualização: 19 Setembro 2018

A diabetes tipo 2 é um dos principais problema de saúde do mundo moderno. Ela afeta a capacidade do corpo de usar o açúcar do sangue como fonte de energia. Os sintomas incluem aumento da sede e da micção, visão turva e fadiga. Controlar a doença e não se deixar ser controlado por ela é a chave para viver bem com essa doença. Saber comer e fazer exercícios físicos regularmente estão entre as melhores ações para conviver bem com a diabetes.

Crescemos ouvindo as mães e avós dizendo que arroz branco com feijão é o segredo de uma alimentação saudável. Uma equipe de pesquisadores da Brigham and Women's Hospital e da Harvard Medical School (Boston, EUA) acompanhou a vida de cerca de 200 mil pessoas durante mais de 22 anos e adivinha o que descobriram? O consumo de arroz branco aumenta o risco de ter diabetes tipo 2. Quanto maior for o seu consumo, maiores são as chances de ter a doença. Coitado de nós, brasileiros, que consumimos esses grãozinhos dia sim, outro também. Além do arroz branco, caíram na malha da ciência o pão branco e os alimentos que contêm açúcar.

A boa notícia é que o arroz marrom reduz o risco de ter esse tipo de diabetes. Quando era criança, comprava a preço de banana o farelo para tratar os porcos. Pois bem, o farelo é a película marrom que cobre o arroz. Ao retirá-la, fica apenas o endosperma, ou seja, o arroz branco, que facilita o aumento do nível de açúcar no sangue. Junto com o farelo, vão embora também as vitaminas, fibras, magnésio e outras substâncias que podem ajudar a controlar a diabetes, é o que argumentam os autores.

Para reduzir a incidência desse tipo de diabetes, o pesquisador Qi Sun, um dos autores do estudo, propõe trocar o arroz branco pelo arroz marrom. O estudo mostra que outros grãos, como trigo e cevada, também ajudam bastante na prevenção da diabetes. O difícil vai ser convencer os brasileiros a largar o mais querido dos branquinhos.

A diabetes é uma doença com consequências devastadoras, mas que pode ser muito bem controlada. Os portadores dessa doença devem procurar ajuda constante de uma equipe multiprofissional da saúde. Siga a risca as recomendações de seu médico, do nutricionista e consulte sempre um fisioterapeuta, para saber as melhores atividades físicas para evitar os efeitos dessa doença. Verifique diariamente os pés, mãos, gengiva e dentes e, no caso de lesão, procure ajuda imediata de um profissional.

Prof. Gil Lúcio Almeida
Fisioterapeuta, mestre pela UFSCar, doutor e PhD por importantes instituições norte-americanas. Presidente do Crefito-SP
(Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Estado de São Paulo).
Autor do livro O Engraxate que virou PhD.
www.gillucio.com