Com o fluxo contínuo e crescente do estímulo de autonomia em cima das crianças, os pais colaboram para melhorias no desenvolvimento infantil
Quando se pensa em um processo de crescimento, logo se caracteriza como desenvolvimento infantil. Neste caminho aparece a oportunidade de acompanhar os filhos e comprovar a cada dia, toda a capacidade cognitiva, emocional e motora de aprender e aplicar o aprendizado. Para a terapeuta infantil Daniella Faria “a cada encontro nos surpreendemos com algo novo. Uma palavra, uma expressão, um jeitinho, um carinho, uma bronca, uma percepção, uma nova ação. É incrível como esse desenvolvimento é um fluxo contínuo e crescente, como uma grande espiral ascendente”. Os pais são parceiros deste processo, parceiros não somente no sentido daquele que ensina e estimula, mas também daquele que é estimulado, que também está se desenvolvendo. É muito interessante pensar que também estão aprendendo a serem pais em cada momento, a cada volta desta espiral.
Deixar crescer significa que a cada dia este indivíduo caminhará rumo a sua autonomia. Seja com relação ao seu próprio corpo, seja emocionalmente, moralmente e espiritualmente. Este caminho é compartilhado conosco a cada encontro, a cada olhar, a cada intervenção, a cada novo desafio que vivenciamos juntos. E os pais são o veículo desta caminhada. E sendo assim essa criança que não conseguia nem se vestir sozinha, hoje já se troca, escolhe sua roupa, diz o que pensa, os corrigem quando erram, fala de suas emoções com propriedade, busca seu contorno e vive esta experiência. Mas há as vezes em que os pais ficam perdidos: “Quando vimos já estamos dando comida na boca de uma menina de sete anos, esfregando um garotão de oito anos no banho, amarrando os sapatos eternamente, ignorando suas falas e suas novas necessidades, dentre outras muitas coisas” descreve a terapeuta.
Às vezes mantendo-os dependentes podemos ter uma maior sensação de segurança, mas na verdade estamos contribuindo para a grande insegurança deste indivíduo em formação. Algumas crianças demonstram isso claramente. Falam como bebês em casa e são lideres ativos na escola. Outras conseguem superar grandes desafios, tais como dormir na escola, ir a um acampamento, arrumar sua cama e suas roupas. Essas são apenas algumas das muitas situações do cotidiano. Crescer e deixar crescer. Ao contrário disso, Daniella alerta que os pais “ficam parados no tempo, provavelmente nos bebês, e com isso, em vez de caminhar juntos viram freio de mão puxado no crescimento natural dos filhos. Para a criança este freio é um grande obstáculo e uma contradição no seu dia a dia”.
Dar-se conta disto pode parecer difícil, mas acredite, é um grande alívio para todos. Ensinar, auxiliar em vez de fazer por eles passa a ser mais fácil. Vê-los crescer e aprender gera alegria e satisfação. Com todos os envolvidos livres, cada passo pode ser dado naturalmente e sendo assim, a ampla educação e a autonomia perante a vida, dentro e fora, acontece. Neste processo a criança vive com toda a intensidade a construção de seu eixo principal e pode com isso viver seu SER essencial.
Daniella Faria
www.daniellafaria.com.br