Palavra de especialista
Volta às aulas: como controlar a alimentação do seu filho Publicado: 02 Fevereiro 2011 | Última Atualização: 19 Setembro 2018

Especialista explica como lidar com o descontrole alimentar na rotina escolar da criançada

Depois de passar as férias escolares dando aquela assessoria à alimentação do pequeno, você se dá conta de que as aulas estão voltando e todo esse investimento pode ir por água abaixo. Afinal, é praticamente impossível controlar as guloseimas que rolam na escola e até mesmo nas lancheiras, já que as opções oferecidas, atualmente, são práticas e agradam a toda garotada. Nesse sentido, não é possível afirmar que a alimentação escolar é responsável pelos diferentes distúrbios nutricionais encontrados entre as crianças que a consomem.

É claro que um programa de alimentação com recomendações nutricionais, de acordo com a necessidade de cada um seria excelente, porém não significa que os pais podem jogar essa responsabilidade somente à instituição de ensino e sim devem repensar sobre as estratégias utilizadas para que seu filho tenha uma alimentação saudável.
 
De acordo como o Dr. Mauro Fisberg, pediatra, nutrólogo e professor, é possível controlar o acesso da criança à cantina da escola combinando os dias nos quais ela irá comprar alimentos e orientando quais devem ser escolhidos. Nos casos em que a criança leva o lanche de casa, o ideal é sugerir várias opções e até mesmo montar a lancheira com ela para evitar o fator surpresa na hora da alimentação. Combinações com frutas, queijos, biscoitos, pães, bolos simples, sanduíches, vegetais crus, leites, sucos de frutas naturais e iogurtes são ótimas alternativas.

Se os pais já utilizam esses métodos e mesmo assim percebem que os seus filhos não correspondem à proposta, vale a pena se atentar para as orientações do Dr, Fisberg.  O especialista afirma que muitas vezes os pais não são culpados pela má alimentação dos filhos. Ele explica que existem as crianças chamadas de picky eaters (termo que pode ser traduzido como “comedores seletivos”), essas crianças têm um comportamento alimentar que pode variar de excluir determinados grupos de alimentos (como verduras, legumes ou peixe, por exemplo) a pular refeições, ou, simplesmente, comer muito pouco. “O problema é mais comum do que parece, 50% das crianças na faixa dos dois a cinco anos podem ser consideradas picky eaters. Apesar de passageiro, o comportamento gera transtornos no relacionamento familiar, além de afetar o progresso cognitivo e comprometer o desenvolvimento e o crescimento natural das crianças”, relata o médico.