Estudo realizado na Brown University, nos Estados Unidos, analisou acidentes envolvendo embalagem aerossol e que resultaram em problemas de visão entre 1997 e 2009. A conclusão é de que pode ser feito muito mais para evitar que as latas pressurizadas e que geralmente contêm produtos tóxicos representem um perigo para as crianças.
Mais da metade dos acidentes envolveram menores entre zero e 18 anos. Mas é na faixa que vai de zero a quatro anos que se concentram cerca de 25% dos acidentes – o que faz soar um alerta para que os adultos estejam mais atentos e possam evitar esse tipo de problema.
“Os incidentes com aerossol que mais acometem a visão das crianças é o uso de desodorantes, perfumes, produtos de limpeza, tintas, repelentes e protetor solar. Quando essas embalagens estão ao alcance dos menores e não há supervisão, o resultado pode ser lamentável”, diz o médico Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo.
Neves afirma que no Brasil esse tipo de ocorrência também é bastante comum. “Quando a criança aponta o spray em sua própria direção, as irritações são as consequências mais frequentes, seguidas de queimaduras químicas, arranhões e ferimentos no globo ocular provocados por coceira. Os danos dependem do produto borrifado nos olhos. Por isso é muito importante que, ao procurar uma clínica especializada ou um pronto-atendimento hospitalar, os responsáveis levem a embalagem do produto. Só assim é possível identificar com precisão a causa e saber que medidas tomar”.
O especialista acredita que a redução desses incidentes – que podem realmente ser graves e comprometer a visão – depende de as embalagens trazerem alertas mais visíveis, maiores, e de os adultos terem mais cuidado ao armazenar os sprays fora do alcance das crianças.
Dr. Renato Neves, médico oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo – www.eyecare.com.br