Palavra de especialista
Respirar pela boca prejudica qualidade de vida da criança Publicado: 12 Mai 2011 | Última Atualização: 19 Setembro 2018

Obstruções nasais causadas por doenças como a rinite prejudicam a respiração, gerando anomalias dentofaciais e outros malefícios

De acordo com dados do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC), a rinite atinge cerca de 26% das crianças e 30% dos adolescentes no Brasil. A rinite é uma doença caracterizada pela inflamação das mucosas do nariz que causa espirros, coriza, obstrução nasal e coceira no nariz e na garganta. Gerson Köhler, ortodontista e ortopedista-facial da Köhler Ortofacial, explica que uma das implicações da obstrução nasal é a respiração bucal. “Respirar pela boca interfere diretamente no crescimento e desenvolvimento da face infantil”, ressalta.

A obstrução nasal gera deficiências na capacidade de aquecimento, umidificação e filtração do ar pelas narinas, favorecendo que o ar seja inspirado pela boca. Como a respiração compõe as funções vitais do organismo, qualquer desequilíbrio causa inúmeras alterações em diferentes órgãos e sistemas. “Alterações no crescimento do crânio e da região dentofacial, na qualidade do sono, no desempenho escolar, na fala, na alimentação e na postura corporal são algumas das consequências da respiração bucal”, pontua.

O especialista em ortodontia e ortopedia facial Juarez Köhler, que também faz parte da equipe interdisciplinar da Köhler Ortofacial, afirma que a respiração bucal é um dos sintomas mais comuns na infância e seus efeitos são devastadores, trazendo consequências para o resto da vida se não houver o tratamento precoce e adequado. “As alterações interferem na qualidade de vida da criança. Desde o nascimento o organismo está programado para respirar pela via aérea nasal e assim deve ser durante toda a vida, mesmo que haja resistências a passagem de ar pelo nariz”, observa.

A respiração bucal influencia ainda o sono das crianças. Ronco, baba noturna, síndrome da apnéia e hipopnéia obstrutiva do sono são alguns dos problemas que dificultam uma boa noite de descanso, ocasionando dificuldades de atenção, concentração e de aprendizagem e hiperatividade.

“Dormir com a boca aberta prejudica ainda o equilíbrio interno e externo da boca e dos músculos, inclusive da língua. O desequilíbrio na musculatura facial gera uma deficiência funcional importante e significativa”, evidencia Juarez.

A alteração na musculatura prejudica a mastigação e a deglutição, fazendo com que a criança não se alimente de forma adequada. Ela pode se cansar e não comer o suficiente ou comer em excesso e rápido, resultando em magreza ou obesidade. “Além das alterações posturais dos órgãos fonoarticulatórios, a criança ainda sofre com mal posicionamento da cabeça em relação ao pescoço, influindo nocivamente sobre a coluna, principalmente cervical. Os pais devem ficar atentos a respiração dos seus filhos e procurar o profissional adequado assim que notarem qualquer modificação”, recomenda Nilse Waltrick Köhler, fonoaudióloga e especialista em Distúrbios Miofuncionais e em Motricidade Orofacial da Köhler Ortofacial.

A fonoaudióloga acrescenta que quanto mais cedo o tratamento tiver início, menores serão as consequências e a intensidade das implicações. “É fundamental analisar o grau de obstrução nasal e a realização de exames específicos com médicos otorrinolaringologistas que esclareçam as principais causas da respiração bucal. O tratamento deve agir diretamente na origem do problema para que a solução seja eficaz, aumentando a qualidade vida dos pacientes”, destaca.

O diagnóstico e tratamento devem ser feitos por uma equipe multidisciplinar, composta por no mínimo um médico, um fonoaudiólogo e um ortodontista, tendo em vista a complexidade do problema. “O médico irá tratar a obstrução nasal, o ortodontista ou ortopedista facial irá corrigir as alterações dentárias e o fonoaudiólogo será responsável pela reeducação e adaptação da respiração através da adequação das funções orais e equilíbrio da musculatura”, finaliza Nilse.

Doutor Gerson Köhler (CRO 3921 – PR)

Sobre Gerson Köhler: Especialista em Ortopedia Facial e Ortodontia - Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares - Professor convidado (desde 1988) da UFPR no Curso de Pós-Graduação em Ortodontia e Ortopedia Facial - Atua em contexto multidisciplinar - atualmente denominado também de "interdisciplinar" - com equipe de ortopedia facial e distúrbios funcionais (de funções) do rosto. 
 
 
Notas sobre o mesmo assunto:

Rinite atinge 26% das crianças brasileiras
De acordo com dados do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC), a rinite atinge cerca de 26% das crianças e 30% dos adolescentes no Brasil. A rinite é uma doença caracterizada pela inflamação das mucosas do nariz que causa espirros, coriza, obstrução nasal e coceira no nariz e na garganta. Gerson Köhler, ortodontista e ortopedista-facial da Köhler Ortofacial, explica que uma das implicações da obstrução nasal é a respiração bucal. “Respirar pela boca interfere diretamente no crescimento e desenvolvimento da face infantil”, ressalta.
 
Obstrução nasal favorece a respiração incorreta
De acordo com Gerson Köhler, ortodontista e ortopedista-facial da Köhler Ortofacial, a obstrução nasal gera deficiências na capacidade de aquecimento, umidificação e filtração do ar pelas narinas, favorecendo que o ar seja inspirado pela boca. Como a respiração compõe as funções vitais do organismo, qualquer desequilíbrio causa inúmeras alterações em diferentes órgãos e sistemas. “Alterações no crescimento do crânio e da região dentofacial, na qualidade do sono, no desempenho escolar, na fala, na alimentação e na postura corporal são algumas das consequências da respiração bucal”, pontua.
 
Consequências da respiração bucal são para a toda a vida se não houver tratamento
O especialista em ortodontia e ortopedia facial Juarez Köhler, que faz parte da equipe interdisciplinar da Köhler Ortofacial, afirma que a respiração bucal é um dos sintomas mais comuns na infância e seus efeitos são devastadores, trazendo consequências para o resto da vida se não houver o tratamento precoce e adequado. “As alterações interferem na qualidade de vida da criança. Desde o nascimento o organismo está programado para respirar pela via aérea nasal e assim deve ser durante toda a vida, mesmo que haja resistências a passagem de ar pelo nariz”, observa.
 
Dormir com a boca aberta desequilibra a musculatura facial
Segundo o especialista em ortodontia e ortopedia facial Juarez Köhler, que faz parte da equipe interdisciplinar da Köhler Ortofacial, a respiração bucal influencia o sono das crianças. Ronco, baba noturna, síndrome da apnéia e hipopnéia obstrutiva do sono são alguns dos problemas que dificultam uma boa noite de descanso, ocasionando dificuldades de atenção, concentração e de aprendizagem e hiperatividade. “Dormir com a boca aberta prejudica ainda o equilíbrio interno e externo da boca e dos músculos, inclusive da língua. O desequilíbrio na musculatura facial gera uma deficiência funcional importante e significativa”, evidencia Juarez.

Criança que respira pela boca não se alimenta direito
A alteração na musculatura causada pela respiração bucal prejudica a mastigação e a deglutição, fazendo com que a criança não se alimente de forma adequada. Ela pode se cansar e não comer o suficiente ou comer em excesso e rápido, resultando em magreza ou obesidade. “Além das alterações posturais dos órgãos fonoarticulatórios, a criança ainda sofre com mal posicionamento da cabeça em relação ao pescoço, influindo nocivamente sobre a coluna, principalmente cervical. Os pais devem ficar atentos a respiração dos seus filhos e procurar o profissional adequado assim que notarem qualquer modificação”, recomenda Nilse Waltrick Köhler, fonoaudióloga e especialista em Distúrbios Miofuncionais e em Motricidade Orofacial da face da Köhler Ortofacial.
 
Tratamento precoce reduz as consequências da respiração bucal
A fonoaudióloga Nilse Waltrick Köhler, especialista em Distúrbios Miofuncionais e em Motricidade Orofacial da face da Köhler Ortofacial, afirma que quanto mais cedo o tratamento para a respiração bucal tiver início, menores serão as consequências e a intensidade das implicações. “É fundamental analisar o grau de obstrução nasal e a realização de exames específicos com médicos otorrinolaringologistas que esclareçam as principais causas da respiração bucal. O tratamento deve agir diretamente na origem do problema para que a solução seja eficaz, aumentando a qualidade vida dos pacientes”, destaca.
 
Respiração bucal deve ser tratada por equipe multidisciplinar
De acordo com Nilse Waltrick Köhler, fonoaudióloga e especialista em Distúrbios Miofuncionais e em Motricidade Orofacial da Köhler Ortofacial, o diagnóstico e o tratamento da respiração bucal devem ser feito por uma equipe multidisciplinar, composta por no mínimo um médico, um fonoaudiólogo e um ortodontista, tendo em vista a complexidade do problema. “O médico irá tratar a obstrução nasal, o ortodontista ou ortopedista facial irá corrigir as alterações dentárias e o fonoaudiólogo será responsável pela reeducação e adaptação da respiração através da adequação das funções orais e equilíbrio da musculatura”, ressalta Nilse.