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Livro infantil: "Curumins Arteiros" Publicado: 20 Agosto 2024 | Última Atualização: 31 Agosto 2024

Lançamento da autora Melissa Coelho, indígena da etnia Xakriabá, será no dia 24 de agosto, na livraria Pequeno Benjamim, em Ipanema, no Rio.

Da etnia Xakriabá, dos povos de Minas Gerais, como Machacalis, Krenak e Aranã, entre outros, Melissa diz que “Curimins arteiros” é fruto desse contato com pequenos leitores que contribuem na sua formação como artista e imaginário criativo. “As principais mensagens que pretendo passar no livro é a compreensão de que nós somos natureza. Não estamos à parte, basta perceber nosso corpo por dentro e por fora”, observa.

A autora acredita que a literatura indígena ganhou mais espaço nas escolas. Mas ainda é um movimento muito pequeno e que precisa de incentivo político e social para que seja ampliado na educação permanente de todas as instituições de ensino. “Não apenas para nós, povos indígenas, mas essa conscientização e conquista são necessárias para toda a humanidade. Os povos originários não apenas resistem. Eles fazem o planeta respirar e viver”, diz.

A visibilidade que tem sido dada aos povos indígenas ainda é sutil e atravessada por muitas delicadezas. “O apagamento histórico foi muito grande e cruel. Nos dias de hoje conseguimos acessar mais espaços, mas não somos ainda bem recebidos, ou quando somos, ainda nos veem como seres exóticos e diferentes. Ainda há muito a ser desconstruído e preparado para que de fato uma educação decolonial seja colocada em prática. E a Lei 11.645 (de 3/2008 que torna obrigatório o estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira no ensino fundamental e médio), seja efetiva e de protagonismo indígena. O que chamam de ‘contribuição histórica cultural dos povos originários’ é, na verdade, a base da construção do nosso país, e de tantos outros”, completa Melissa.

Sobre a autora: Melissa Coelho é indígena da etnia Xakriabá, atriz de formação, professora de teatro, bonequeira e contadora de histórias. Tem intensa pesquisa e divulgação da cultura dos povos originários, voltadas à educação decolonial, acessibilidade cultural e práticas anti-bullying.