Palavra de especialista
Nutrição infantil: como prevenir a obesidade nos pequenos? Publicado: 11 Março 2021 | Última Atualização: 26 Fevereiro 2021

De acordo com um levantamento realizado pelo IBGE, uma em cada três crianças brasileiras está acima do peso

Pré-disposição a se tornar um adulto com doenças crônicas, dificuldades de aprendizado e distúrbios no metabolismo. As consequências da obesidade infantil costumam interferir na qualidade de vida do indivíduo até a vida adulta.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de crianças obesas no mundo deve chegar a 75 milhões até 2025 — isso sem considerar os impactos do isolamento social e da pandemia de Covid-19.

O cenário no contexto Brasil também não é animador. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que uma em cada três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso. Já segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, 16,33% das crianças brasileiras estão com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e 5,22% possuem obesidade grave.

A nutricionista Dra. Dani Borges explica que para que uma criança seja considerada obesa, a balança deve marcar 15% a mais de peso que a média correspondente a idade. “A condição pode se desenvolver por pré-disposição genética, estilo de vida ou até mesmo fatores ambientais. A lógica é a mesma aplicada em adultos: o consumo de calorias é maior que o gasto energético”, elucida.

Uma criança com gordura corporal elevada possui maior probabilidade de desenvolver problema crônicos de saúde, à exemplo de distúrbios do sono, diabetes, pressão alta e colesterol alto. “Se a alimentação dessa criança não for balanceada, além de doenças, problemas de crescimento, desenvolvimento emocional e sociabilização também podem aparecer”, alerta Dra. Dani Borges.

Como reverter o quadro
O acompanhamento de uma criança com problemas relacionados ao peso deve ser realizado por uma pediatra e uma nutricionista, não sendo descartado o auxílio de um profissional da psicologia. “Grande parte da responsabilidade de criar hábitos saudáveis também precisa ser dos pais, que são os que irão condicionar o filho às mudanças necessárias”, pontua a nutricionista.

Para isso, estimular redução no consumo de doces, evitar comprar alimentos industrializados e encorajar o consumo de frutas, legumes e vegetais estão entre os primeiros passos. Além disso, a nutricionista defende que incentivar práticas esportivas ou até mesmo brincadeiras usando o corpo são fundamentais não apenas para o físico, como para o desenvolvimento cognitivo dessa criança.