Palavra de especialista
Crianças estimuladas a ler se destacam também na escrita Publicado: 04 Junho 2010 | Última Atualização: 19 Setembro 2018

*Claudio Amadio

Enquanto há muitos jovens interessados em aprender um segundo idioma – tão necessário hoje em dia quanto os cursos de extensão, na hora de encarar o mercado de trabalho – outros ainda demonstram mal dominar a própria língua, o português. Um simples olhar panorâmico sobre a vida acadêmica dessas pessoas nos indica o quanto as escolas devem preparar melhor os pequenos leitores para que um dia possam se transformar em bons escritores.
 
Quando ainda nem existiam televisores, computadores e videogames, a leitura costumava ser encarada como lazer. Pessoas de todas as idades costumavam passar algumas horas ‘viajando pelo mundo da imaginação’. Com o tempo, o hábito de ler foi sendo esquecido, relegado a segundo ou terceiro plano. Infelizmente, a falta de leitura acabou refletindo na capacidade de escrever bem. As novas gerações têm demonstrado, inclusive, muita dificuldade de transpor suas ideias para o papel de forma coerente e em bom português.
 
Se o cenário é desesperador por um lado, por outro tem mobilizado escolas e professores no sentido de voltar a estimular a leitura e a escrita desde a mais tenra idade. Contribuem para o sucesso dessa empreitada diversos estudos que demonstram que as crianças com boa competência para ler e escrever têm também mais facilidade para aprender outras disciplinas curriculares.
 
Ler e escrever com assiduidade não favorece tão-somente a aquisição de um vocabulário mais apurado, mas também amplia a capacidade de compreensão da informação. Crianças estimuladas a ler em casa, com pais e irmãos, e em sala de aula, desenvolvem maior poder de concentração e síntese, estando mais preparadas para encarar com certo grau de facilidade a etapa do vestibular e, mais adiante, o mercado de trabalho. E não é um futuro brilhante o que mais desejamos para as nossas crianças?


*Cláudio Amadio é criador e diretor da Cidade do Livro, primeiro parque temático cultural do país que costuma receber cerca de 1.200 escolas, 8.500 educadores e 80.000 alunos por ano em um espaço de dois mil metros quadrados totalmente projetado para a promoção de diversão e cultura.