Palavra de especialista
Otites são frequentes no verão Publicado: 01 Fevereiro 2011 | Última Atualização: 19 Setembro 2018

Com o aumento da temperatura, cresce também a exposição das pessoas à água do mar e da piscina, principalmente crianças. O descuido com os ouvidos após essa exposição excessiva à água que aumenta a umidade no conduto auditivo externo faz com que casos de otite, inflamação/infecção típica do inverno, cresçam até 70% no verão. “Uma otite mal tratada pode ocasionar desde uma perda momentânea até problemas mais graves de audição, alerta a fonoaudióloga e porta-voz da Audibel, empresa de aparelhos auditivos, Sandra Braga. “Entre eles, até mesmo a perfuração do tímpano”, completa o otorrinolaringologista de João Pessoa, (PB), Marcos Franca Pereira. 

O tipo de otite mais comum é causado por germes e fungos presentes na água. Suas maiores vítimas são as crianças, que geralmente não querem sair de dentro do mar ou da piscina. Vale lembrar que, em crianças, os casos de otite são frequentes desde os primeiros meses de vida. Estima-se que 20% das crianças de até quatro anos tenham pelo menos uma otite por ano. Segundo o médico, as crianças tendem a ser mais atingidas pelas otites médias devido à condição anatômica do ouvido nesta fase da vida e a maior incidência de infecções virais e bacterianas. 

Por isso, os pais devem ficar atentos aos sintomas, principalmente se a criança está coçando os ouvidos, apresenta vermelhidão, inchaço ou secreção no local. O médico alerta ainda: “Em geral, as crianças não têm a sensação de ouvido tampado tão apurada quanto a dos adultos, então só reclamam quando há dor.” Quadros de otite, quando ocorrem com frequência, podem trazer sequelas graves, como a perda permanente do nível de audição, que ocasiona muitas vezes atrasos no desenvolvimento da linguagem, distúrbios de fala e menor habilidade no aprendizado.

Prevenção é o melhor remédio

O protetor auricular ou tampão de ouvido é uma das alternativas mais eficazes, sendo indicado para aqueles que apresentam otites frequentes, também servindo como precaução para evitar a entrada de água nos ouvidos. “O uso do protetor auricular é importante para quem gosta de praias e piscinas, inclusive para quem pratica natação. Ele funciona como um vedante do conduto auditivo impedindo a entrada de água,” orienta a fonoaudióloga. Os tampões podem ser mais efetivos quando confeccionados a partir de uma pré-moldagem personalizada, de forma a bloquear o canal auditivo e não permitir a entrada de água. Vale ressaltar que este tampão precisa ser refeito e tempos em tempos, sempre que houver necessidade (Ex: alteração da anatomia do canal auditivo devido ao crescimento, cirurgia etc.)

Para prevenir, também vale incluir na rotina alguns cuidados como:

  • Secar bem os ouvidos após nadar, mergulhar ou após o banho. Usar apenas uma toalha de papel ou mesmo papel higiênico na ponta do dedo indicador.
  • Evitar nadar e mergulhar em águas poluídas.
  • Nunca introduzir cotonetes, grampos ou outros objetos no canal externo do ouvido.
  • Nadadores com otite externa recorrente não devem se esquecer dos protetores auriculares e de secar bem os ouvidos após o contato com água.
  • Nunca pingar nada no ouvido além dos remédios recomendados pelo seu médico.
  • Procurar sempre um otorrinolaringologista quando tiver dor de ouvido. Outras doenças podem estar associadas a esta dor ou mesmo à otite externa e somente o médico poderá orientá-lo adequadamente.