Palavra de especialista
Férias e games: jogos virtuais, riscos reais Publicado: 31 Julho 2009 | Última Atualização: 19 Setembro 2018

* Fabiano Tricarico

Ao passo que as crianças estão de férias e o mundo se recupera de uma crise econômica, aumenta a possibilidade de as famílias passarem mais tempo em casa com os filhos, usando os brinquedos já disponíveis, entre eles videogames e computadores. A relevância dos games é enorme: 96% das crianças pesquisadas no Norton Online Living Report afirmam que jogam via web. E as possibilidades de games são extensas, crianças e jovens exploram mundos fantásticos ou simplesmente jogam xadrez conversando com o oponente.

Os pais, contudo, não devem imaginar que o filho está “seguro” apenas porque está sentado diante de uma máquina com o teclado ou controle na mão.O maior desafio é desconhecer quem está do outro lado do tabuleiro ou da partida virtual com o filho. Criminosos digitais utilizam a inocência das crianças para obter informações pessoais da vítima e da família. Além disso, a criança pode ser estimulada a visitar uma página que contamine o micro com uma praga virtual – desta forma, tudo que estiver no computador e o que for digitado poderá ser transferido para os criminosos.

As principais dicas sobre a relação entre games e crianças são:

·A princesa pode ser uma bruxa e o príncipe, vilão – os pais devem explicar aos filhos que nem tudo é o que parece nos jogos online – quem controla o “amigo virtual” em uma batalha contra um dragão terrível pode querer fazer mal a ele ou a família na vida real. Assim, filhos devem ser orientados para nunca fornecer dados pessoais ou visitarem páginas sugeridas por jogadores que não conheçam pessoalmente;

·Tenha uma partida “menos pública” – boa parte dos jogos online possibilita determinar o número de participantes, exigir que digitem uma senha para entrar no mesmo jogo que a criança ou permitem convidar um internauta específico para jogar. Estes recursos permitem um melhor controle sobre quem participa;

·Conheça o game e como jogadores interagem – jogos tem diversas formas para promover interação – texto, voz e até fotos. É vital que o pai entenda como o jogo que o filho gosta funciona. É bom preparar-se para surpresas ruins: é possível que alguns jogadores sejam bem “boca-suja”. Contudo, normalmente há recursos para “calar” participantes;

·Leve o micro para a sala – Esteja atento e sempre que possível próximo ao filho enquanto ele estiver utilizando o computador para jogos ou apenas navegando na internet. Qualquer atividade ou informação que considerar suspeita converse com ele e explique o que é certo e errado e indique o que pode ou não ser compartilhado pela internet. A conversa, segundo o executivo da Symantec, ainda é a melhor ferramenta de proteção na rede;

·Ferramenta de segurança – no caso de computadores, tenha uma solução de segurança original, instalada e ativa. Oriente os filhos a nunca desligarem as ferramentas de segurança, tais como antivírus e antiphishing, mesmo enquanto estiverem jogando. Com frequência, jovem desligam as soluções de segurança para melhorar o desempenho do game, tornando o computador mais suscetível a pragas virtuais.

* Fabiano Tricarico é gerente nacional de vendas de varejo da Symantec.